Não vamos ao Cemitério no Dia de Finados?

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Alguém me perguntou recentemente: “Por que vocês não vão ao cemitério no Dia de Finados?” Respondi que sim, podemos ir ao cemitério nesse dia. Só não vamos com a intenção de acender velas ou orar em favor de quem está ali sepultado, pois entendemos, segundo a Bíblia, que não há essa necessidade. Vamos explorar mais profundamente o que entendemos.

A Bíblia ensina sobre a vida após a morte e a promessa de ressurreição através de Jesus Cristo. Em 1 Tessalonicenses 4:13-14, Paulo nos lembra: “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele.” Este versículo reflete a esperança e a certeza sobre a vida eterna, e que aqueles que morreram em Cristo estarão com Ele.

Além disso, a Bíblia afirma que, após a morte, cada pessoa enfrentará o julgamento de Deus. Hebreus 9:27 declara: “E, assim como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo.” Este versículo deixa claro que, depois da morte, a pessoa enfrenta o julgamento, indicando que não há intervenção possível por meio de orações após esse ponto. A realidade bíblica é de que cada um é responsável por seu relacionamento com Deus durante a vida, o tempo de se preparar é agora e que a morte marca a conclusão dessa oportunidade.

Em Lucas 16:19-31, Jesus conta a parábola do rico e Lázaro. No versículo 26, Abraão fala para o homem rico: “Além disso, há entre nós e vós um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós.” Isso indica que, após a morte, o destino das pessoas é fixo e não pode ser alterado. A mensagem é clara: a vida eterna é decidida durante nossa vida terrena.

A Bíblia  nos esclarece que morte de uma pessoa que já tem Cristo como Salvador é uma transição para estar na presença do Senhor. Em 2 Coríntios 5:6-8, Paulo escreve: “Assim, pois, andamos sempre cheios de confiança e sabemos que, enquanto habitamos no corpo, estamos longe do Senhor; pois caminhamos pela fé, e não pela visão. Entretanto, estamos cheios de confiança e preferimos deixar o corpo para habitar junto do Senhor.” Este versículo indica que estar ausente do corpo é estar presente com o Senhor, sugerindo que, uma vez que alguém morreu em Cristo, ela está com o Senhor, e caso não tenha Se preparado aqui na terra já está longe dEle, e as orações não mudam isso.

Em Apocalipse 14:13, lemos: “E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que morrem no Senhor, doravante. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os acompanham.” Aqui, a bem-aventurança dos mortos no Senhor é destacada, sugerindo que aqueles que morrem na fé descansam e suas boas obras os acompanham.

John Stott, renomado teólogo, destaca: “A esperança cristã não reside em rituais ou práticas após a morte, mas na certeza da ressurreição e na fé em Cristo durante nossa vida.”

Hernandes Dias Lopes acrescenta: “O que fazemos em vida é o que importa. Após a morte, cada um enfrenta seu juízo e a fé em Cristo é o que define nosso destino eterno.”

Acreditamos que a vida eterna e o destino de uma pessoa são decididos durante sua vida e que, após a morte, não há necessidade de orações ou intervenções. A prática de visitar cemitérios no Dia de Finados pode não ser comum para muitos, porque preferem lembrar e honrar seus entes queridos de outras maneiras. No entanto, visitar cemitérios para zelar dos túmulos em respeito à memória dos falecidos é perfeitamente aceitável.

Cada dia é uma oportunidade para lembrar, celebrar e agradecer a Deus pela vida daqueles que já partiram.  Mas encontramos nossa esperança e consolo na certeza da ressurreição e na presença eterna com o Senhor.

O mais importante é cada um de nós nos prepararmos para esse dia, entregando nossa vida a Cristo, reconhecendo nosso pecado e vivendo preparado para enfrentar a eternidade.

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