O Púlpito e a Palavra: Um Chamado à Fidelidade e Reverência
Vivemos dias em que a igreja de Cristo é constantemente desafiada a manter-se fiel à verdade. Em meio a uma cultura marcada por subjetivismo, entretenimento e relativismo, torna-se cada vez mais necessário reafirmar o papel sagrado do púlpito e a centralidade absoluta da Palavra de Deus na vida da igreja. O púlpito não é lugar de invenção, mas de submissão. Não é espaço para criatividade humana, mas para a proclamação fiel daquilo que Deus já revelou em Sua Palavra. O pregador não é dono da mensagem — ele é apenas o mensageiro. Sua função não é adornar a verdade com ideias próprias, mas transmiti-la com fidelidade, temor e reverência.
Quando um homem sobe ao púlpito, ele deve fazê-lo com o coração quebrantado, consciente de que está diante de Deus e de Sua igreja como servo da Palavra, não como intérprete livre dela. O púlpito não é um palco onde se exibem talentos, carismas ou opiniões pessoais. É um altar de entrega, onde a glória pertence exclusivamente ao Senhor e a Escritura ocupa o lugar central. O apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo, foi enfático: “Pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda longanimidade e doutrina” (2Tm 4:2). Essa ordem não deixa espaço para invenções. O chamado é claro: pregar a Palavra, não ideias humanas.
A autoridade do pregador não está em sua eloquência, nem em sua capacidade de emocionar ou entreter. Está na Palavra que ele expõe com fidelidade. O verdadeiro ministro do Evangelho é aquele que se submete ao texto sagrado, permitindo que a Escritura fale por si mesma. Paulo também declarou: “Não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor, e a nós mesmos como vossos servos por amor de Jesus” (2Co 4:5). Essa é a postura do verdadeiro pregador: servo de Cristo, servo da igreja, servo da Palavra. Ele não busca aplausos, mas frutos de arrependimento e fé. Sua missão não é agradar aos homens, mas glorificar a Deus e edificar o corpo de Cristo.
O culto cristão, por sua vez, não é um espetáculo de emoções. Não é um show onde se mede a espiritualidade pelo volume das expressões ou pela intensidade das reações. O culto é, antes de tudo, um ambiente de ensino, comunhão e adoração. A ordem no culto não é sinal de frieza, mas de maturidade espiritual. Uma igreja madura é aquela que valoriza a reverência, que entende que a verdadeira espiritualidade se manifesta na submissão à Escritura, e não na exibição de experiências subjetivas. Em toda a história da igreja, o padrão sempre foi o mesmo: Deus fala, Seu povo ouve. Quando esse padrão é invertido, o culto perde sua essência. Jesus advertiu: “Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens” (Mt 15:9). Quando o culto é moldado por ideias humanas, ele se torna ruído, não adoração.
A Escritura é o padrão que julga todas as coisas. Não é o culto que define a Escritura, é a Escritura que define o culto. Quando o povo de Deus se reúne sem direção bíblica, o que se vê é confusão, não edificação. O culto verdadeiro nasce de um coração humilde diante de Deus, guiado por Sua revelação, centrado em Cristo e fundamentado na Palavra. Fora disso, tudo é barulho, mas não é adoração. A igreja que se submete à Palavra permanece firme, saudável e frutífera. A Escritura é o sopro de Deus que ensina, corrige, exorta e transforma. Paulo afirma com clareza: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeitamente preparado para toda boa obra” (2Tm 3:16-17). Quando a igreja se curva diante da autoridade da Bíblia, ela encontra direção, discernimento e vida. Mas quando despreza a Escritura, abre espaço para confusão, ruído e distorções.
Já foi dito, com razão, que a igreja só é forte quando vive em submissão a Cristo. E Cristo reina por meio de Sua Palavra. O púlpito não é lugar de invenção, mas de fidelidade. Nossa responsabilidade como igreja é render a vida à Palavra, permitindo que Cristo viva em nós. Onde a Bíblia governa, a luz prevalece. Onde a Bíblia é negligenciada, as trevas tomam espaço. Que sejamos, como igreja, terra boa — humilde, obediente e frutífera — sempre guiados pela voz de Deus, nunca por modismos humanos. Que o púlpito volte a ser o que sempre foi: o lugar onde Deus fala e Seu povo ouve com temor, reverência e obediência.







