CARGOS E MINISTÉRIOS
A obra do Senhor nunca foi um espaço para ser tratado com leveza ou inconstância. Deus não nos chama para servir de forma ocasional, por impulso ou quando sobra tempo. Ele nos chama para servi-Lo com o coração inteiro, com responsabilidade e com presença. Não porque Ele precise de nós, mas porque Ele quer nos moldar através da fidelidade.
Há pessoas que receberam dons preciosos do Senhor — talentos que não foram dados por acaso, habilidades que têm um propósito divino. Mas um dom sem entrega vai perdendo o brilho; uma habilidade sem constância vai perdendo o impacto; e um chamado sem compromisso vai ficando vazio. O que poderia ser instrumento de bênção se torna apenas algo usado de vez em quando, sem firmeza, sem continuidade e sem frutos.
A verdade é simples: ministério se sustenta na presença, não apenas na intenção. Não adianta querer servir, mas não estar disponível. Não adianta gostar do que faz, mas aparecer apenas quando convém. O Reino não avança com presenças ocasionais, e sim com corações constantes, que entendem que servir a Deus exige mais do que habilidade — exige responsabilidade espiritual.
A irregularidade no serviço revela irregularidade no coração. Quem aparece e desaparece, quem começa e para, quem dá um passo e volta dois, acaba vivendo sempre no meio do caminho. Jesus já disse que quem coloca a mão no arado e olha para trás não está pronto para o Reino. Não porque Deus rejeite, mas porque o coração ainda não entendeu o valor do chamado.
A obra do Senhor não é sustentada por momentos de inspiração, mas por fidelidade diária, por compromisso assumido, por amor demonstrado na prática. A obra de Deus merece mais do que sobras, mais do que espaços vagos, mais do que presença inconstante. Merece o melhor que podemos oferecer — mesmo simples, mesmo pequeno, mas inteiro.
Servir não é sobre ocupar um lugar ou executar uma tarefa. É sobre honrar o Deus que nos deu tudo. É sobre ser instrumento útil nas mãos do Senhor. É sobre compreender que aquilo que fazemos para Ele exige seriedade e entrega — não porque Ele exija perfeição, mas porque o Seu nome é santo e o Seu propósito é precioso.
Diante disso, cada um de nós precisa olhar para dentro e se perguntar honestamente:
“Tenho sido fiel ao que Deus colocou em minhas mãos? Tenho tratado o ministério como algo santo, ou apenas como algo que faço quando dá?”
Essas perguntas não são para acusar, mas para despertar. Deus não quer nos envergonhar — Ele quer nos alinhar. Quer nos ver firmes, constantes, crescendo, amadurecendo e frutificando.
E se alguém perceber que deixou o ministério esfriar, que abandonou o que começou, que perdeu a constância, saiba: ainda há tempo. Deus não cancela chamados, mas chama de volta. Ele não apaga a chama, mas sopra novamente. Ele quer ver o servo se levantar, assumir sua posição e voltar a servir com alegria, zelo e responsabilidade.
Porque o Reino precisa de servos presentes. A igreja precisa de colunas, não de visitas. O corpo precisa de membros ativos, não de peças soltas. Deus conta com aqueles que se dispõem, que permanecem, que honram o que receberam. E não há maior privilégio do que ser achado fiel.
Que abracemos o ministério que Deus nos confiou — não por obrigação, mas por amor ao Senhor e por consciência de que tudo que fazemos para Ele tem peso eterno. Que sirvamos com constância, humildade e zelo. Que não falte habilidade, mas principalmente que não falte fidelidade.
Porque, no fim, o maior fruto que um servo pode apresentar diante de Deus é este:
ter sido encontrado fiel.







