NÃO USO O BLOG PARA POSTAR MENSAGENS, MAS ESSA GOSTARIA QUE TODOS OS AMIGOS E IRMÃOS REFLETISSEM UM POUCO…
Em vista disso assistindo e analisando o filme Linha Vermelha, pude fazer um paralelo entre a guerra dos homens (humana) e a vida do missionário no campo que não deixa de ser uma guerra só que a nível espiritual e emocional.
Gostaria de tratar do tema stress missionário, como ele acontece e como é vivenciado e tratado (ou não). Na guerra do filme, os soldados estão expostos ao medo. Medo de ser atacado de surpresa pelo inimigo, de ser morto, de ser feito prisioneiro. É um constante estado de alerta. No campo missionário é o medo do desconhecido, medo do fracasso, de não conseguir se adaptar, de desempenhar bem o que a igreja e a missão esperam dele, muitas vezes medo de si mesmo, isto é, do que este vai descobrindo de si , limites, defeitos. Na medida em que o missionário começa e entrar em contato com esta realidade, vai se fragilizando. Ao mesmo tempo a consciência de que é pecador e sujeito a erros, limitado traz insegurança. Tudo isto leva ao stress e por consequência muitas vezes à depressão, onde o missionário se sente desamparado. Além disso ainda há um inimigo invisível, que como coloca bem a Palavra, ruge ao derredor como um leão procurando uma presa para devorar (I Pe.5:8).
Segundo Martin Seligman, fatores como: insucesso no trabalho, morte de um ente querido, rejeição ou separação de amigos e pessoas amadas, doenças, dificuldades financeiras, confronto com problemas insolúveis e envelhecimento causam não só a depressão como levam a pessoa a um profundo sentimento de desamparo. Para Seligman a pessoa acredita ou aprendeu que não há solução para sua vida, ela não tem como aliviar o sofrimento, daí se crer desamparada.
Estes fatores juntos e as vezes alguns deles são comuns no campo missionário, o problema é a intensidade com que isto é vivenciado e creio que isto é pelo contexto em que o missionário está inserido. O fato de ter saído de seu país é o primeiro fator determinante que gera isto.Por conta disso as emoções se intensificam, os limites aparecem com força.O fato é que no seu próprio país ele consegue lidar melhor com certos limites.
Estes fatores juntos e as vezes alguns deles são comuns no campo missionário, o problema é a intensidade com que isto é vivenciado e creio que isto é pelo contexto em que o missionário está inserido. O fato de ter saído de seu país é o primeiro fator determinante que gera isto.Por conta disso as emoções se intensificam, os limites aparecem com força.O fato é que no seu próprio país ele consegue lidar melhor com certos limites.
A recompensa do soldado no filme é a medalha de condecoração, para o missionário…., certamente não é deste mundo e se for é a certeza que vive pela graça de Deus e depende dela em tudo. Parece que o homem só consegue experimentar o amor e a graça de Deus quando está “nú”. E este estado de nudez dói, assusta, causa medo, mas traz profundas transformações de vida e de caráter. Por outro lado, as cicatrizes marcam e causam uma dor emocional muito grande. A guerra fragiliza alguns e endurece outros. De qualquer forma quem está nestas condições precisa de ajuda, apoio, compreensão, espaço para se expressar. É triste ouvir um missionário dizer que era mais feliz quando não era missionário. Creio que isto são coisas preocupantes.
Os estudos já realizados apontam que o fator que mais aparece como determinante no retorno precoce do missionário do campo são os problemas de relacionamentos interpessoais, principalmente com líderes, um dado relevante a se considerar. Que o missionário está sujeito a um stress muito grande não há dúvidas, o problemas é como isto é tratado.
Por que o missionário quando tem problemas no campo não consegue se abrir para o seu lider, seja de campo, missão ou mesmo líderes de sua igreja? Será que ele tem espaço para isto?
Ele vai ser compreendido ou julgado? Creio que nós cristãos somos muito duros uns com os outros no nosso julgamento.
Na verdade o missionário se vê numa posição muito difícil, pois dele se espera bom desempenho no ministério. Particularmente penso que os líderes de campo, missão, igreja, deveriam estar mais sensibilizados e preparados para receber seus missionários, não só para ouvir as vitórias do campo, mas também, as derrotas, as quedas. O missionário deveria ter um espaço para expor suas feridas sem preconceitos ou prejulgamentos.
Acredito que existem pessoas que não são tratáveis e ensináveis, mas seria bom detectar as que são e tratá-las.O contexto de campo missionário no Brasil, ainda é muito teórico e pouco prático. Oxalá um dia isto mude.
Acredito que existem pessoas que não são tratáveis e ensináveis, mas seria bom detectar as que são e tratá-las.O contexto de campo missionário no Brasil, ainda é muito teórico e pouco prático. Oxalá um dia isto mude.
Tenhamos sempre em mente que Deus é quem vocaciona. E Ele vê diferente do homem. Graças as Deus por isso, pois Ele escolhe o fraco para moldá-lo segundo seus propósitos e também para escandalizar os fortes. Deus não julga segundo a aparência, mas vê o coração (I Sm.16:7).
Missionário, herói ou vilão… depende de quem julga. Para nós missionários, somos apenas seres humanos sujeitos a acertos e erros.